Natureza

Amanita Caesarea

Depois da chuva que tem caído, e aproveitando o dia de sol que ontem fez, saímos para dar uma volta pelos bosques de sobro à procura dos primeiros cogumelos.

No bosque

 Como amante da fotografia e da gastronomia tento aliar estas duas valências e fazer não só uns retratos dos mais variados fungos que vou encontrando mas também tentar encontrar alguns comestíveis. Mais uma vez alerto para a necessidade de só colher para consumo aqueles que se tem a certeza absoluta que são bons para comer. Qualquer erro pode ser fatal.

Cogumelos

Cogumelo1

Crescendo nos mais variados ambientes, do solo a troncos velhos, os cogumelos são uma manancial de cores e formas distintas que constituem um grande motivo fotográfico. O resultado pode ainda ajudar a uma identificação posterior da espécie.

Cogumelos1

Cogumelo

Normalmente os cogumelos que costumo colher para consumo são as “púcaras”, que por aqui abundam mas ainda não apareceram. Ontem fomos surpreendidos por uma forma que emergia do chão entra as folhas caídas dos sobreiros e que fazia claramente lembrar um ovo.

Amanita Caesarea

De imediato lembrei-me do que aqueles que os conhecem aqui lhe chamam, os “gema de ovo”. São os Amanita caesarea, os cogumelos dos Césares e, dizem os entendidos, são os melhores cogumelos que se podem comer. Estão envoltos por uma cutícula branca que lhes cobre todo o pé e chapéu e que se vai rasgando à medida que crescem lembrando na realidade um ovo.

Amanita Caesarea1

Amanita Caesarea2

Amanita Caesarea3

Pelo sim pelo não, guardei apenas a recordação fotográfica destas maravilhas que, depois de devidamente confirmadas, pode ser que venham um dia a ser degustadas.

Cesto de Cogumelos

Outono

Um dos sinais mais realistas da chegada do Outono é o ressurgimento dos cogumelos.

Só depois das primeiras chuvas fortes e da chegada do frio, os campos e bosques começam a mostrar estes verdadeiros seres mágicos. Com cores e formas distintas, não deixam o nosso olhar desprender-se dessa magia e, no meu caso, anseio sempre pela sua aparição para não só os contemplar, mas também,  poder guardar esses momentos irrepetíveis.

 

 Como já tenho referido algumas vezes, é sempre preciso muito cuidado se pretendermos recolher espécies comestíveis. Só munidos de muito conhecimento sobre essas espécies podemos ter a certeza de que não representam perigo.

 

Libelinhas

Tenho estado a passar umas férias e, como o mar tem estado fraco para a pesca, aproveitei estes dias para, além do trabalho normal no Monte, fazer umas fotografias de um dos seres mais magníficos que existem por estes lados. Frágeis, esquivos, e muito bonitos, são uma tentação para quem deseja captar uma fotografia diferente mas reveladora de uma vida que coexiste com a nossa e na maior parte das vezes nos passa despercebida.

Com mais de cem espécies conhecidas, todas cativam o olhar de quem se apercebe da sua presença, quais fadas que de um modo silencioso e resplandescente sobrevoam os campos num bailado contínuo, do nascer ao pôr do sol.

Uma vez secas e prontas para voar, os campos começam a encher-se de efeitos multicolores à medida que as suas formas reflectem a luz do sol e espalham uma miríade de raios brilhantes que nos chamam a atenção para os seus voos.

 

 

 

 Quando conseguimos acercar-nos o suficiente para captar os pequenos detalhes, a sua delicadeza torna-se evidente e , fascina-nos de um modo particular o rendilhado das suas asas, a expressão do seu rosto ou as suas colorações distintas.

 

Primavera

A Primavera começou este ano com uma lua cheia fora do comum devido à proximidade da Terra ser a mais curta dos últimos anos.

Depois de um Inverno muito chuvoso, a melhoria do tempo acompanhou a nova estação e trouxe novas cores ao Monte e aos campos envolventes.

Nós aproveitamos estes dias mais longos e quentes para poder dar uns passeios pelas redondezas e apreciar as paisagens renovadas, quase como pela primeira vez, desfrutando o facto de viver nesta zona bela e ímpar numa Europa cada vez mais angustiada e apostada em nos tirar a esperança numa vida com qualidade e digna.

Com tempo, podemos descobrir pequenos detalhes de paisagens que normalmente nos passam despercebidos e que temos que aprender a valorizar e tratar como património único e nosso.

Espero que em Portugal, por estes dias socialmente tão invernoso e incerto,  se instale um verdadeiro espírito de renovação que, tal como na Primavera, nos traga luz e alegria em vez de escuridão e desalento.

 

Lepiotas, amanitas e outros cogumelos

Como é hábito, chegado Novembro, e após as chuvas, o campo começa a encher-se de cogumelos. Infelizmente também começam as notícias de alguns casos de mortes por ingestão de espécies venenosas. Há que insistir que só o conhecimento profundo das espécies permite a sua recolha para alimentação. Não há truques que valham na hora de decidir pela sua preparação para os comer. Mas vale a pena percorrer os campos para poder apreciar a sua beleza que em pouco tempo se desvanece pois a sua vida é breve.

Por estes lados tenho a sorte de poder encontrar algumas variedades bem diferentes, algumas comestíveis, outras bem letais de modo que, na maioria das vezes, as minhas incursões são mais de cariz fotográfico pois sei que tais fotos são únicas devido ao pouco tempo que tenho para registar esses momentos.

As cores vivas e berrantes de muitos dão logo a entender que não se devem colher mas são uma sinfonia de exuberância.

 

 

Muitos são de uma fragilidade extrema e revelam detalhes maravilhosos diferentes de espécie para espécie.

Nunca é demais apreciar estas formas e tentar passar a mensagem da perigosidade de muitos para que todos tenham consciência não só da sua beleza mas também dos riscos que acarretam.

 

Invernia e cogumelos

Depois de certos contratempos, uns técnicos, outros de saúde, consegui finalmente arranjar tempo para me agarrar ao computador e voltar a partilhar algumas fotos do que de quando em vez tenho oportunidade de ver e registar.

Inverno

Nestes dias de Inverno os meus gatos são a minha companhia habitual e, enquanto esperam pelo calor da lareira, juntam-se a mim no sofá quase como analisando o que vou fazendo.

Zuca

Zico

Lá fora o vento atravessa os campos e ruge em uníssono com o som do mar, que aqui se faz também ouvir, criando um ambiente propício para pôr em dia algumas memórias fotográficas que me transportam, por momentos, para fora de portas e ao mesmo tempo para dentro destas páginas.

Ilha do Pessegueiro

O Mar

Consigo assim ter tempo para ordenar as várias imagens que vou captando, das quais destaco as dos diversos tipos de cogumelos que vou encontrando à volta da casa ao longo do Outono e Inverno e algumas das quais agora aqui revelo.

 Cogumelos

Alguns são por mim bem conhecidos e facilmente nomeáveis, outros não os consegui ainda identificar com a certeza necessária para poder também compartilhar o seu nome.

 Cogumelo

Cogumelo

Cogumelo

Cogumelo

Vários destes fungos fazem lembrar as formações de corais que se podem encontrar num qualquer ambiente marinho tropical, esquecendo-nos por breves instantes do bosque ou montado onde verdadeiramente nos encontramos.

Cogumelo

Cogumelo

Cogumelo

Cogumelo

Cogumelo

Uns, com as suas cores garridas, chamam a atenção e não passam despercebidos enquanto que outros, camuflados no meio envolvente, quase escapam aos olhos que prescutam os ambientes diversos onde crescem.

Cogumelo

Cogumelo

Cogumelo

Cogumelo

Cogumelo

Cogumelo

Têm todos porém algo em comum na sua diversidade. Irradiam uma invulgar beleza que, ainda que estranha, nos cativa pelo seu ar frágil e efémero.

Cogumelo

Cogumelo

Cogumelo

Cogumelo

Lepiota Procera

Com a chegada do Outono e depois da chuva, é nas madrugadas frias e debaixo da neblina que a Natureza nos presenteia com uma das suas mais extraordinárias visões, os cogumelos.

Lepiota Procera

De todas as variedades que a classe dos fungos revela, uns comestíveis, outros venenosos, aqui à volta do Monte debaixo das orlas dos pinheiros ou dos sobreiros, todos os anos tenho a possibilidade de poder apanhar uma das espécies mais apreciadas e abundante em Portugal, a Lepiota Procera ou como é vulgarmente conhecida no Alentejo, a Púcara. Noutras partes do país tem outros nomes tais como Frade, Gasalho, Cogordo, Marifusa, Róculo ou Parasol.

Lepiota Procera

A sua forma ovóide inicial dá lugar a um chapéu magnífico que pode atingir um diâmetro considerável de até cerca de 40 cm. O seu exterior com um mamilo central castanho escuro e as suas escamas acastanhadas com uma textura esfarrapada faz lembrar as velhas vestes dos frades medievais, donde um dos seus nomes. Tem um pé alto e um anel que se solta do manto e fica livre, correndo ao longo do pé quando manuseado. A sua carne é branca e sedosa com cheiro a avelã.

Cesto de Púcaras

Em dois dias consegui dar com muitos e bons exemplares que, grelhados com azeite, alhos e um pouco de sal deram um petisco simples mas fantástico.

Cesto de Púcaras 

 

Dia do Mar e da Alimentação

Comemora-se hoje o dia do Mar e da Alimentação.

O mar

O mar sempre exerceu um fascínio tremendo sobre os homens e não só constitui um dos elementos primordiais da construção deste nosso planeta como é ele também que nos tem dado muito e bom sustento ao longo dos últimos milhares de anos.

O mar

Na actualidade, fruto de muita ganância e cegueira, muitas das espécies que o povoavam estão a desaparecer e, cada vez mais, torna-se urgente que nos proponhamos  a gerir essas riquezas de uma forma esclarecida e racional. 

Entrada da Barca

A poluição e contaminação das suas águas, aliadas a uma pesca excessiva com meios cada vez maiores e desproporcionados, tem consequências nefastas para as gerações que nos seguirão, privando-as não só do alimento mas também da beleza única que cada espécie nos transmite e que, provavelmente, não poderão observar nem saborear num futuro muito próximo.

Douradas e Linguados

Robalo e Douradas

Santolas

Salmonete, Linguado, Safias e Sargos

Dia Mundial da Água

A água, o útero incial de toda a forma de vida, e sem a qual mesmo a vida que evoluiu para formas terrenas ou aladas não pode sobreviver, tem sido um bem desprezado, manipulado e conspurcado, mas tido como inesgotável e garantido pelas sociedades de consumo modernas. Esta pseudo garantia pode mudar a curto prazo se esta mentalidade generalizada e despreocupada continuar como até agora, pondo em causa a sobrevivência de muitos milhões de plantas, animais e pessoas.

Fonte da Vida

Rio Mira

Para muitas pessoas porém, esta dádiva da natureza constitui não só um suporte de vida, mas também um deleite para os sentidos, uma forma de terapia para o corpo ou equilíbrio psíquico, ou pode ainda personificar uma divindade purificadora e venerada desde os tempos mais primordiais.

 Parque das Águas

Em Odemira, para usufruto dos munícipes e visitantes, existe um local na freguesia da Boavista dos Pinheiros denominado Parque das Águas e que, naturalmente, elege a água como tema central de um espaço dedicado a passeios, estudo, convívio ou tão somente um pouco de recolhimento e meditação. É um espaço cuidado, muito bonito e que nunca será demais lembrar, constitui uma opção a ter em conta agora que dias mais quentes se avizinham e nos atraem para junto da água.

Parque das Águas

Parque das Águas

Sonho de um dia de Inverno

Clareia cinzenta a noite de chuva,
Que o dia chegou.
E o dia parece um traje de viúva
Que já desbotou.

Chuva

Curral

Ainda sem luz, salvo o claro do escuro,
O céu chove aqui,
E ainda é um além, ainda é um muro
Ausente de si.

Igreja

Casas de Pesca

 Tubarão dos Mares

 Felisbela Maria

Não sei que tarefa terei este dia;
Que é inútil já sei…
E fito, de longe, minha alma, já fria
Do que não farei.”

A onda

Artes e Búzios

Clareia cinzenta a noite de chuvaFernando Pessoa

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