Primavera

Não será por acaso que as celebrações do Dia Mundial da Poesia e do Dia da Àrvore, ou Floresta, coincidem com a chegada da Primavera.

Primavera

A poesia e a floresta encontram naturalmente nesta data a simbologia perfeita para se instalarem na memória colectiva e poderem ser ciclicamente festejadas e compreendidas. Eu associo-me a tal celebração com umas fotografias de flores valorizadas com um poema que penso ser adequado.

Primavera

“O meu amor sozinho,
É assim como um jardim sem flor,
Só queria poder ir dizer a ela,
Como é triste se sentir saudade.”

Primavera

“É que eu gosto tanto dela,
Que é capaz dela gostar de mim,
Acontece que eu estou mais longe dela,
Do que a estrela a reluzir na tarde.”

Primavera

“Estrela, eu lhe diria,
Desce à terra, o amor existe,
E a poesia só espera ver nascer a primavera,
para não morrer,
Não há amor sozinho,
É juntinho que ele fica bom,
Eu queria dar-lhe todo o meu carinho,
Eu queria ter felicidade.”

Primavera

“É que o meu amor é tanto,
Um encanto que não tem mais fim,
No entanto ela não sabe que isso existe,
É tão triste se sentir saudade.”

Primavera

“Amor,eu lhe direi,
Amor que eu tanto procurei,
Ah! quem me dera eu pudesse ser,
A tua primavera e depois morrer.”

Primavera

A Primavera – Vinícius de Moraes

Entrudo

Realizou-se mais um desfile de Carnaval na Zambujeira do Mar.

Carnaval na Zambujeira

Contou com a presença habitual dos amantes da folia e chamou também muitas famílias das redondezas que aproveitaram esta Terça Feira Gorda de Carnaval para trazer os mais novos que, como de costume, são quem mais irão recordar estes momentos de alegria generalizada.

Carnaval

Marinheiras

Como é hábito os foliões recorreram à imaginação para se mascararem e, se uns motivaram-se com a natureza, outros foram buscar a inspiração a acontecimentos recentes, com críticas sofisticadas e sátiras a condizer.

Pescadores do inferno

Pescadores do inferno

Se a recente lei da pesca desportiva foi alvo de justificada paródia, devido à ligação que a maioria das pessoas desta região tem com o mar, e à percepção de que muito do articulado não tem qualquer ligação à realidade, outros, atentos aos recentes casos tão falados e falhados de atendimento médico de emergência, não hesitaram em satirizar essa situação. Não deixa de ser opinião comum, que parece que querem fazer cair a culpa para estas limitações cívicas sobre as pessoas que mais sofrem na pele as suas consequências e que vivem dependentes do bom senso de quem as governa, tão somente.

Urgências Médicas em Odemira

Urgências Médicas em Odemira

Uma presença habitual no desfile, é a do Lar de S. Teotónio, este ano secundada pelo Lar de Sabóia. Os motivos florais dos primeiros surpreenderam mas todos sorriam visivelmente alegres e satisfeitos com a sua participação no evento.

Lar de S. Teotónio

Lar de Sabóia

O desejo de que todos todos possam viver em harmonia foi também evidenciado com a presença conjunta no desfile, sempre amigável e divertida, de pessoas oriundas de partes diferentes do mundo. Foi fácil reconhecer os trajes das ceifeiras alentejanas e os seus cantares, os “sheiks” árabes e os seus dignatários com o seu porte altivo, os dançarinos africanos e os seus ritmos ancestrais, a partir dos quais cresceram e se criaram os melhores sambas da actualidade.

Ceifeiras do Malavado

Mulheres árabes

Ritmos Africanos

Todos partilhavam as boas vibrações que se faziam sentir e ouviram-se muitos aplausos para tanta beleza, alegria, cor e imaginação.

Flor

Flor

Flor

Flor

Flor

Flor

Mesmo com o vento que se fez sentir ninguém arredou pé, apreciando na totalidade o corso, mas a pensar já no que se pode fazer para o ano que vem, criando assim um desejo que perpetua a tradição.

WC Móvel

Carro de passeio

Até para o ano!

Sonho de um dia de Inverno

Clareia cinzenta a noite de chuva,
Que o dia chegou.
E o dia parece um traje de viúva
Que já desbotou.

Chuva

Curral

Ainda sem luz, salvo o claro do escuro,
O céu chove aqui,
E ainda é um além, ainda é um muro
Ausente de si.

Igreja

Casas de Pesca

 Tubarão dos Mares

 Felisbela Maria

Não sei que tarefa terei este dia;
Que é inútil já sei…
E fito, de longe, minha alma, já fria
Do que não farei.”

A onda

Artes e Búzios

Clareia cinzenta a noite de chuvaFernando Pessoa

Sonho desfeito

 “Ondas que descansam no seu gesto nupcial
abrem-se caem
amorosamente sobre os próprios lábios
e a areia” 

As arribas

“ancas verdes violetas na violência viva
rumor do ilimite na gravidez da água
sussurros gritos minerais inércia magnífica
volúpia de agonia movimentos de amor
morte em cada onda sublevação inaugural
abre-se o corpo que ama na consciência nua
e o corpo é o instante nunca mais e sempre”

As ondas

“ó seios e nuvens que na areia se despenham
ó vento anterior ao vento ó cabeças espumosas
ó silêncio sobre o estrépito de amorosas explosões
ó eternidade do mar ensimesmado unânime”

As arribas

“em amor e desamor de anónimos amplexos
múltiplo e uno nas suas baixelas cintilantes”

Eternidade

“ó mar ó presença ondulada do infinito
ó retorno incessante da paixão frigidíssima
ó violenta indolência sempre longínqua sempre ausente
ó catedral profunda que desmoronando-se permanece!”

O Mar – António Ramos Rosa

 O mar e as nuvens

Ontem alguém saiu de casa na esperança de encontrar o seu lugar para mais um dia de pesca, talvez no seu sítio preferido ou então num pesqueiro novo, e não voltou. Muitos pescadores arriscam literalmente a vida e este, fosse por descuido, imprudência ou azar, o mar tomou conta dele. Foi o barulho do motor do helicóptero da busca e salvamento que alertou os que se encontravam junto à costa para que algo de mau se passava.

 Busca e salvamento

E logo os telefones começaram a tocar na incerteza dos que, tal como ele, tinham vindo pescar para estas bandas e, por arriscarem demais, levantaram medos e angústia.

 À procura

Nunca será demais lembrar que todos os cuidados são poucos na escolha do local de pesca nas arribas e que muitas vezes, por mais esforços que se façam para dar continuidade ao sonho, esse morre no mar.

À procura

Robalo para o jantar

Passado um ano e pouco sobre o início deste Blog, hoje, para lá das imagens de praias, pesca e peixe que costumo mostrar, incluo uma sugestão culinária a condizer e em jeito de celebração do evento.

Zambujeira do Mar

Com efeito, um dos motivos que me levou a optar por viver nesta costa, prende-se com a minha paixão pela pesca, que por aqui é sempre em locais de sonho e com resultados muitas vezes surpreendentes.

Palheirão da Zambujeira

Alteirinhos

Alteirinhos

Muitos, tal como eu, não resistem ao apelo do mar e, desde que as condições o permitam, não hesitam em enfrentar o frio que se tem sentido e procurar os pesqueiros da sua preferência para tentar não só apanhar um bom exemplar, mas também conseguir uma refeição de fazer inveja.

Hortas

Elias

Desta vez, visto que não tenho tido hipóteses de enfrentar a invernia, foi o amigo Zé Luis que ofereceu um robalo legítimo de grande calibre e por ele apanhado que serviu para juntar os amigos à volta da mesa num jantar em que se tentou fazer justiça a tal exemplar. Foi grelhado à posta em carvão de azinho e acompanhado com batatas e couve-flor cozidas, temperadas com um molho de cebola e maçã refogadas em vinho da Madeira e pasta de caril de Madras, batidas com queijo fresco e coentros. E é nestas alturas em que a expressão “um verdadeiro manjar dos deuses” faz sentido.

Robalo para o jantar

Robalo para o jantar

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