Cidadania

E o povo saiu à rua

A pesca lúdica tem vindo a ser vítima de uma legislação recente que, sob a forma das Portarias 143/09 e 144/09, veio infernizar a vida a todos aqueles que, como eu, gostam de passar os seus momentos de lazer à beira-mar e a pescar.

Protesto

Fazendo tábua-rasa de todas as propostas e reuniões de entendimento, tidas com vários representantes de autarquias e associações de comerciantes e pescadores para a preparação das mesmas, os responsáveis governamentais puseram em vigor a partir do passado dia 5 de Fevereiro um conjunto de novas leis que são, cada vez mais, em certos artigos verdadeiras aberrações. Não contribuindo em nada para a protecção de coisa alguma e pondo até de lado o mais importante esquecem por exemplo regras de civismo que ajudem a pôr fim ao descuido de muitos “pescadores” que, alheios ao seu papel no mundo de hoje, vão deixando para trás muito do lixo que produzem com a sua actividade.

Protesto

Com efeito, parece que mais importante do que estudar as verdadeiras causas do que faz perigar a existência de certas espécies desta costa, tais como o abuso de pesticidas e herbicidas e outros nutrientes químicos que alimentam as estufas que começam a invadir toda a costa do sudoeste, ou a proliferação de urbanizações sobre as arribas com os efluentes não controlados de uns e outros a correrem para o mar, o mais importante é aplicar coimas de valor mínimo de 500 euros a um velho habitante da Zambujeira ou de outra qualquer aldeia desta região que tenha o azar que um sargo se ferre no seu anzol.

Protesto

Não se compreende a existência de um defeso para a pesca ao sargo que não é extensível aos pescadores profissionais. Não se compreende que alguém que trabalhe por turnos e que folgue numa segunda ou terça ou quarta-feira, não possa ir pescar. Não se compreende que os naturais do Porto, de Faro ou de Lisboa não possam apanhar umas lapas ou mexilhões para iscos ou ir apanhar um quilo de percebes ou uma ou duas navalheiras para um petisco, só porque não nasceram num dos concelhos abrangidos ou aí não residam. Quantos veraneantes que aqui passam as suas férias para poder precisamente ir à pesca com os filhos ou amigos, e terem que esperar por quinta-feira para o poder fazer, não irão questionar a sua vinda? Quantos comerciantes não viram já reduzido o volume de vendas de iscos e material de pesca face à quebra da procura?

Protesto

Em Odemira concentraram-se este fim-de-semana cerca de três mil pessoas que deram voz ao seu protesto contra estes e outros aspectos destas leis que não servem verdadeiramente o interesse dos locais. Essas mesmas leis ajudam a acabar com a cultura popular de toda esta costa onde a pesca de subsistência se aliava à pequena agricultura familiar e onde ao longo destes anos homens e mulheres pescaram e preservaram os seus locais de pesca, contrapondo-se à pesca intensiva de traineiras e arrastões que com as suas redes não fazem distinção entre pequeno e grande ou sargos e bodiões.

Protesto

Protesto

Protesto

Depois de deixarem as suas assinaturas de protesto e escutarem a voz dos representantes de muitas das associações dos concelhos de Odemira, Vila do Bispo e Aljezur, os participantes abandonaram o local da sua concentração junto ao cais e percorreram as ruas da vila fazendo ouvir a sua indignação.

Protesto

O que incomoda verdadeiramente a todos é a falta de conhecimento da realidade, aliada a uma certa arrogância, que emanada de um qualquer gabinete ministerial desconhecido, redigida com erros grosseiros e até caricatos vem, de um minuto para o outro, alterar a vida das pessoas que em princípio só gostariam de poder praticar uma actividade que os ajudasse a relaxar e a esquecer os problemas sérios do dia-a-dia e que o próprio mar e a natureza se encarregam de determinar em que dias se pode ou não pescar e que peixes se podem apanhar ou não.

À pesca

Obrigado

Andava um pouco em baixo e afinal o corpo tinha razão. De um dia para o outro algo mudou para pior e vi-me a ser operado de urgência no Hospital de Beja depois de passar pelo centro de saúde de Odemira onde me foram prestados os cuidados básicos e me reencaminharam através de ambulância do INEM para o hospital. Tive sorte e sobrevivi, primeiro à viagem de quase hora e meia até Beja, depois à intervenção cirúrgica e ao internamento. Destaco o profissionalismo de toda a equipa médica que, não só me salvou a vida, mas também, logo que foi possível, me explicaram a gravidade do que tinha acontecido e porque me operaram, de toda a equipa de enfermagem que me assistiu a mim e a todos os meus companheiros de enfermaria, com grande brio e dedicação, e a todo o pessoal técnico-auxiliar que pacientemente cuidou da nossa limpeza e bem estar.  A todos agradeço sinceramente.

Tulipas

Aqui do Monte, com um Muito Obrigado, lhes mando este ramo de tulipas de modo a que os possa ajudar a colorir um dia-a-dia em que têm de lidar com o sofrimento de muitos e onde a luz, muitas vezes, parece querer desaparecer.

Incongruência

Eu sei que muitas vezes as aparências iludem mas, neste caso, fico sem perceber muito bem se a realidade não será ela também uma ficção. O caso que hoje aqui relato e que inaugura uma secção nova no meu blog, talvez a faceta politicamente mais incorrecta que me caracteriza, revela a ligeireza com que as leis que nos regem se fazem mostrar. Não tenho dúvidas que tudo esteja de acordo com tais leis, mas achei por bem revelar o que se passa, na estrada que une a Herdade da Casa Branca a S. Teotónio, em nome da segurança de pelo menos 40.000 pessoas, ou mais, que diariamente e durante três dias por aqui passam durante o Festival do Sudoeste. Mais os outros que nos restantes dias do ano por aqui vivem e passam, e são confrontados com um trânsito que inclui largas centenas de veículos ligeiros por dia, acrescido de muitas dezenas de pesados. Dificuldade em manter o veículo na estrada, vidros partidos por causa das muitas pedras e gravilha presentes na estrada e que são projectadas pelos pneus, cruzamentos ou ultrapassagens muito arriscadas, que envolvem camiões cisterna e de transporte de mercadorias pesadas, tais como toros, são factos constantes que fazem perigar, todos os dias, a vida de quem por aqui passa em trabalho ou lazer.

Informação

Agradecia sinceramente a alguém, entre os meus leitores, que pudesse ajudar a esclarecer e/ou resolver esta situação tão bizarra. Este sinal encontra-se, pelo menos, há um ano e pouco no mesmo local advertindo para a execução de umas obras. Tudo o que aqueles que por aí passam e reparam, é que nada decorreu, que verdadeiramente melhorasse o estado de circulação de tal rodovia. Com efeito, nem sequer se percebe se a obra já decorreu ou sequer começou. Nem a estrada se revela arranjada, pois nem o asfalto está em condições mínimas de circulação e nem existe uma linha central ou linhas laterais pintadas, tão necessárias em caso de condução nocturna, ou com chuva, ou nevoeiro, e que deveriam constituir-se como obrigatórias, como também e, pasme-se agora, não inclui uma única referência à data de início e fim da obra. Diz apenas que demora dois meses mas nunca sabereremos quando…!

Confusão

Agora que o Inverno se aproxima era bom que se tomasse uma atitude em relação a este caso. E, já agora, o sinal de indicação de limite de tonelagem para a circulação de veículos automóveis nesta via encontra-se, também há mais de um ano, caído (atirado?) na vala da berma sem que, aparentemente, alguém responsável tenha dado pela sua ausência e permitindo assim a circulação, sem restrições, dos tais veículos pesados.