Mais a Sul

Marrocos

A caminho do Souk

Nos mercados há algo de familiar

Souk

Os campos e as aldeias na montanha evocam paisagens em sonho visitadas

Medas

Anti Atlas

Imagens que perduram como parte de um filme que conhece nos dias de hoje outros desenvolvimentos, pondo em risco, aqui também, a paz e entendimento no mundo.

Ait Benhaddou

Tafraoute

Dia de Mercado

Na primeira segunda-feira de cada mês acontece o mercado de S. Teotónio. Da vila e montes vizinhos acorrem as pessoas à procura do que necessitam para a manutenção ou renovação das suas casas, hortas ou jardins.

Mercado

Alfaias

 Barros

Bens alimentares, como os legumes, queijos, enchidos, bacalhau, mel e fruta são também procurados enquanto se encontram amigos familiares e vizinhos, pondo-se em dia as conversas relativas ao que se passou durante o último mês.

Mercado

Banca do mel

Queijos e enchidos

Mais do que em qualquer outro lado, sente-se nestes mercados do sul de Portugal o legado das tradições árabes e, através de conversas centradas no conhecimento empírico dos acontecimentos a preservar, tais como as melhores datas para sementeiras, plantios e colheitas, passa-se o testemunho às novas gerações, cada vez mais interessadas neste regresso às origens.

Árvores

Costa ameaçada

A cerca de vinte anos de se esgotarem as reservas de combustíveis fósseis, leia-se petróleo, uma nova refinaria vai ser construída a poucas centenas de metros destes locais que aqui vos apresento ou relembro.

Praia da Oliveirinha

 Será que tal empreendimento se justifica para cenário (sem) futuro terminando de vez com a beleza que, para já, ainda reina?

Dunas

Não deixa de ser um sinal preocupante o facto de, apesar de serem locais emblemáticos que permanecem no imaginário das férias de muitos portugueses e estrangeiros, na actualidade continuarem sem a promoçao e manutençao adequadas ao que se publicita e vende, além dos acessos rodoviários à Costa Vicentina, que aqui começa e, até Odemira, estarem num estado de degradação e abandono visíveis há décadas e que permanecem uma ameaça a quem se aventura a embarcar nesta viagem.

Praia Grande de Porto Covo

Ó Portugal, se fosses só três sílabas, / linda vista para o mar, / Minho verde, Algarve de cal, / (…) ó Portugal se fosses só três sílabas / de plástico, que era mais barato

Alexandre O’Neill in Feira Cabisbaixa

Azul ou verde ou roxo

Sonho

Mas sonho… O mar é água, é água nua

Serva do obscuro ímpeto distante

Que, como a poesia, vem da lua

Que uma vez o abate outra o levanta.

Mas, por mais que descante

Sobre a ignorância natural do mar

Pressinto-o, vasante, a murmurar

 

Fernado Pessoa in Cancioneiro

Dia das candeias

Marcos de um passado recente

Moinho no cume  

Hoje, dia das candeias, é apresentado neste espaço um testemunho de um passado, não muito distante, que nos revela o seu fim.

Ruína

Nestes dias estas casas costumavam juntar homens e mulheres num presságio de primavera. Eles apanhavam e levavam o linho para elas fiarem, ficando todos juntos enquanto os fornos coziam o pão feito com a farinha trazida do moínho de água ali perto e, das arcas, se tirava a carne de porco para o jantar.

Ruína

O abandono destes espaços deixa na paisagem um certo ar de irrealismo, de algo que parece vazio, mas que nos faz sentir a vida que aí brotava, que nos leva a querer parar no tempo de modo a poder compreender o que perdemos ou, pelo menos, não podemos já partilhar

Moinho de água

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