Púcaras do arneiro

No Outono e princípio do Inverno, enquanto as geadas não chegam, a seguir a dias de chuva e temporal como os que tivemos por estas paragens, e logo que o sol espreita, é sempre possível ver alguém que percorre os campos à procura de um petisco apreciado por muitos, os cogumelos.

Temporal

Nuvens de bom tempo

Aproveitando o conselho médico para andar muito, mas devagar, e o facto de ter à volta de casa campos onde normalmente se podem apanhar umas púcaras, uma variedade de cogumelos que é comestível e que eu conheço bem, decidi, com a companhia do meu cão, ir apanhar uma cesta deles.

Chaparro no arneiro

Após um par de horas a calcorrear os arneiros, com o olhar atento tentando descortinar os cogumelos que procuramos, logo conseguimos encher uma cesta com um ou mais quilos de um dos mais requintados manjares com que a natureza nos presenteou e que a experiência acumulada de gerações, na sua busca milenar por alimento, nos ajudou a preservar.

Púcara

Púcara

Púcara

Cesto com Púcaras

Entardecer na Zambujeira do Mar

Ao longo de toda a costa Portuguesa, muitos são os que gostam de assistir ao pôr do sol como parte de uma terapia que nos faz sentir mais calmos e relaxados. Principalmente no Outono e Inverno, quando o ar começa a arrefecer e tudo torna mais límpido e transparente, a magnificência de alguns destes momentos é algo inesquecível.

Zambujeira do Mar

Por estes dias, principalmente nos feriados e fins de semana, muitos são os que não perdem a oportunidade de rumar até à Zambujeira do Mar para poder desfrutar este espectáculo. Nas esplanadas do “Rita”, do “Martinho” e do “Fresco”, entre outros, portugueses e alguns estrangeiros, que por esta altura continuam a demandar estas paragens, deliciam-se com as cores únicas que a Natureza exibe neste momento e ouvir os sons exuberantes que a chilreada dos pássaros, que procuram abrigo para a noite nas grandes árvores do muro da praia, produzem.

Árvores e pássaros

Na véspera das maiores marés vivas das últimas décadas, a maré vazia põe a nu um areal imenso que faz reflectir a luz do sol na própria praia, compondo imagens de rara beleza que atrai muitos como eu, na vã tentativa de imortalizar este cenário, tal como os nossos sentidos o captam e guardam.

Pôr do Sol

Incongruência

Eu sei que muitas vezes as aparências iludem mas, neste caso, fico sem perceber muito bem se a realidade não será ela também uma ficção. O caso que hoje aqui relato e que inaugura uma secção nova no meu blog, talvez a faceta politicamente mais incorrecta que me caracteriza, revela a ligeireza com que as leis que nos regem se fazem mostrar. Não tenho dúvidas que tudo esteja de acordo com tais leis, mas achei por bem revelar o que se passa, na estrada que une a Herdade da Casa Branca a S. Teotónio, em nome da segurança de pelo menos 40.000 pessoas, ou mais, que diariamente e durante três dias por aqui passam durante o Festival do Sudoeste. Mais os outros que nos restantes dias do ano por aqui vivem e passam, e são confrontados com um trânsito que inclui largas centenas de veículos ligeiros por dia, acrescido de muitas dezenas de pesados. Dificuldade em manter o veículo na estrada, vidros partidos por causa das muitas pedras e gravilha presentes na estrada e que são projectadas pelos pneus, cruzamentos ou ultrapassagens muito arriscadas, que envolvem camiões cisterna e de transporte de mercadorias pesadas, tais como toros, são factos constantes que fazem perigar, todos os dias, a vida de quem por aqui passa em trabalho ou lazer.

Informação

Agradecia sinceramente a alguém, entre os meus leitores, que pudesse ajudar a esclarecer e/ou resolver esta situação tão bizarra. Este sinal encontra-se, pelo menos, há um ano e pouco no mesmo local advertindo para a execução de umas obras. Tudo o que aqueles que por aí passam e reparam, é que nada decorreu, que verdadeiramente melhorasse o estado de circulação de tal rodovia. Com efeito, nem sequer se percebe se a obra já decorreu ou sequer começou. Nem a estrada se revela arranjada, pois nem o asfalto está em condições mínimas de circulação e nem existe uma linha central ou linhas laterais pintadas, tão necessárias em caso de condução nocturna, ou com chuva, ou nevoeiro, e que deveriam constituir-se como obrigatórias, como também e, pasme-se agora, não inclui uma única referência à data de início e fim da obra. Diz apenas que demora dois meses mas nunca sabereremos quando…!

Confusão

Agora que o Inverno se aproxima era bom que se tomasse uma atitude em relação a este caso. E, já agora, o sinal de indicação de limite de tonelagem para a circulação de veículos automóveis nesta via encontra-se, também há mais de um ano, caído (atirado?) na vala da berma sem que, aparentemente, alguém responsável tenha dado pela sua ausência e permitindo assim a circulação, sem restrições, dos tais veículos pesados.

Cenas de Pesca

Com o tempo e o mar a convidar para a pesca fui dar uma volta pelo Almograve e pela Zambujeira para ver as condições de alguns pesqueiros que conheço.

Almograve

Zambujeira

Sabendo que é nesta altura e com estas águas que se podem capturar alguns bons exemplares de sargos, douradas ou robalos, muitos foram aqueles que encontrei tentando a sua sorte, um pouco por todo o lado.

 À Pesca

À Pesca

Uns tentavam a sua sorte do alto das falésias, enquanto outros, mais avisados das dificuldades que envolvem a captura de um peixe de maiores dimensões, procuraram locais de pesca mais baixos e recatados.

À Pesca

À Pesca

Acabei por optar pela Zambujeira e a escolha acabou por dar os seus resultados, pois regressei a casa com meia dúzia de sargos que fizeram não só a adrenalina disparar para valores bem altos, como também contribuiram para um jantar fresco e saudável.

Sargos

O Coice de Porco

Para as gentes da Zambujeira do Mar, o Coice de Porco não representa tão somente o estertor final, e traiçoeiro, de um qualquer suíno, mas também o nome de uma arriba que mar adentro, se constitui como um local adequado para a práctica da pesca desportiva.

À pesca no Coice de Porco

A primeira referência a esta arriba, de que me recordo, é feita num artigo dos anos sessenta do século passado na já extinta revista de caça e pesca “Diana”. Aí, escrito por Jorge Brum do Canto e intitulado “Aos pargos na Zambujeira do Mar”, se descrevia as lutas formidáveis que se podiam esperar quando um destes peixes se deixava fisgar atraído pelas iscas certas. Os mais velhos ainda falam da presença desse homem e do seu grupo de pesca nesta terra e da revolução que os carretos de pesca, por eles usados, e que nessa altura por estas bandas não se usavam, representaram.

O mar

Atraído pelo estado do mar, pelo espírito destas histórias e pela conversa com quem as conta, munido com iscas vivas fui nestes dias até este pesqueiro tentar a minha sorte.

Caranguejos

À pesca

Os resultados começaram a aparecer e, após umas boas lutas, depressa arranjei, eu também, mais umas boas histórias de pesca para contar e uns bons peixes para comer com a família e os amigos.

Uma bica

Uma dourada

Ao fim do dia, e com a ajuda preciosa da Maria José, consegui registar mais uns bons exemplares que posso agora compartilhar com todos.

Sargo, bica e muita alegria

Boas pescarias!

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